Posted by : Daniel Filho sexta-feira, 20 de junho de 2014





Já contei várias vezes a história do dia em que estava conversando impacientemente com a minha esposa em uma manhã de Domingo, quando meu filho de 9 anos se manifestou:
“Papai, é assim que um homem cristão deveria estar falando com a sua esposa?”
Sarcasticamente, rebati:
“O que você pensa?”
Ele respondeu:
“Não faz diferença o que eu penso. O que Deus pensaria?”
Fui para o meu quarto, e dois pensamentos surgiram imediatamente. Primeiro, meu orgulho foi ferido. Eu quero ser um heróis para o meu filho, e estava envergonhado por ter afetado ele dessa forma com minha atitude e minhas palavras. Mas isso não durou muito. Logo em seguida, pensei “como pode Deus me amar tanto a ponto de me dar uma dose simples de cuidado em meio a esse pequeno e mundano momento no banheiro da família Tripp?”.
Isso é amor em um nível tão magnífico que sou incapaz de capturá-lo em palavras. Não passou de um momento em um cômodo, em uma casa de uma família, em um bloco de uma rua, em uma vizinhança de uma cidade em um estado, em um país de um continente, em um hemisfério de um planeta no universo. Ainda assim, Deus estava presente nesse momento, trabalhando na continuidade da transformação, momento a momento, do meu coração.

Repensando o ritual anual

Por que estou contando essa história? Bem, chegou aquela época de novo. É o assunto dos blogs, artigos de jornal, programas de TV e muitos posts no Twitter. É a época dos ritos anuais de resoluções dramáticas de Ano Novo, impulsionadas pela esperança de mudanças de vida pessoal imediatas e significativas.
Mas a realidade é que poucos fumantes realmente deixaram de fumar por causa de um momento singular de decisão, poucos obesos se tornaram magros e saudáveis por conta de um momento dramático de compromisso, poucas pessoas que estavam com muitas dívidas mudaram seu estilo de vida financeiro porque decidiram assim ao verem o ano velho dar lugar ao novo e poucos casamentos foram transformados através de uma única resolução dramática.
Mudanças são importantes? Sim, de certa forma, são. O compromisso é essencial? É claro! Há formas em que nossas vidas são moldadas pelos compromissos que fazemos. Mas o cristianismo bíblico, cujo centro é o evangelho de Jesus Cristo, não deposita suas esperanças em grande momentos dramáticos de mudança.

Vivendo no mais ordinário

O fato é que o poder transformador da graça é mais um processo ordinário do que uma série de eventos dramáticos. Mudanças pessoais, de vida e de coração, são sempre um processo. E onde esse processo acontece? Ele ocorre onde eu e você vivemos diariamente. E onde nós vivemos? Bem, cada um de nós tem um endereço. Nossas vidas não caminham de momentos grandiosos em momentos grandiosos. Não, nós vivemos na mais ordinária rotina.
Muitos de nós não figuraremos os livros de história. A maioria de nós terá três ou quatro momentos de decisão em nossas vidas, e décadas após nossa morte, as pessoas mal se recordarão de como foram nossas vidas. Eu e você vivemos nos pequenos momentos, e se Deus não for o Senhor dos nossos pequenos momentos e não trabalha para nos moldar em meio a eles, então não há esperança para nós, pois é nesses momentos que nós vivemos.
Os pequenos momentos da vida são profundamente importantes precisamente porque são neles que vivemos e por eles que somos formados. É aqui que eu penso que o “Cristianismo Dramático” nos deixa em apuros. Ele pode nos levar a minimizar o significado dos pequenos momentos da vida e a graça das pequenas mudanças que encontramos lá. E porque minimizamos os pequenos momentos em que vivemos, tendemos a ignorar o pecado que é exposto neles. E então falhamos em buscar a graça que nos é oferecida.
10000 pequenos momentos
Veja bem, a vida não é definida em dois ou três momentos dramáticos, mas em 10000 pequenos momentos. O caráter que foi formado nesses pequenos momentos é o que molda a forma como você responde aos grandes momentos da vida.

O que leva a mudanças pessoais significativas?
10000 momentos de reflexão pessoal e convicção
10000 momentos de submissão humilde
10000 momentos de tolice exposta e sabedoria adquirida
10000 momentos de pecados confessados e pecados abandonados
10000 momentos de fé corajosa
10000 momentos de escolha por obedicência
10000 momentos de abandono do reino do ego e corrida em direção ao reino de Deus
10000 momentos em que abandonamos a adoração à criação e nos entregamos à adoração ao Criador.
E o que faz isso possível? A graça incansável, transformadora e ordinária. Jesus é “Emanuel” não porque ele veio à Terra, mas porque ele fez de você um lugar de habitação para si. Isso significa que ele está presente e ativo em todos os momentos ordinários da sua vida diária.
Jesus é “Emanuel” não porque ele veio à Terra, mas porque ele fez de você um lugar de habitação para si

A obra de resgate e transformação

E o que ele está fazendo? Nesses pequenos momentos, ele está cumprindo todas as promessas de redenção que fez. Nesses momentos esquecíveis, ele está trabalhando para te resgatar de si mesmo e transformá-lo à semelhança dele. Pela graça soberana, ele te coloca nesses pequenos momentos diários, criados para te levar além do seu caráter, sabedoria e graça, para que você possa buscar ajuda e esperança que só podem ser encontradas nele. Em um processo vitalício de mudança, ele está te desconstruindo e reconstruindo novamente – e é exatamente disso que todos nós precisamos!
Sim, eu e você precisamos nos comprometer com a mudança, mas não de uma forma que anseia por grandiosos momentos de transformação, mas de uma forma que encontra alegria no, e é fiel, ao processo diário, e passo a passo, de reconhecer o pecado, confessá-lo, se arrepender, e crer no perdão. E nesses pequenos momentos, nos comprometemos a lembrar das palavras de Paulo em Romanos 8.32:
Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?
Assim, acordamos todos os dias comprometidos a viver nos pequenos momentos das nossas vidas com nossos olhos abertos e nossos corações humildes.

Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com 


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